Usar mal o acento agudo é grave?
- Antonio Augusto Brito
- 12 de jul. de 2017
- 2 min de leitura


Chata como sou, qualquer erro cometido contra nosso idioma é grave, mas as mudanças na acentuação das palavras da língua portuguesa feitas no acordo ortográfico de 1990 atenuam a gravidade de erros, que passam até a ser compreensíveis. E, quanto ao acento agudo, houve várias alterações.
A gente agora não pode acentuar “apoio” quando ele é o verbo apoiar conjugado no presente do indicativo, na primeira pessoa do singular. E aí, o verbo “apoio” fica igualzinho ao substantivo “apoio” – escritos da mesma maneira, mas com pronúncias diferentes. Ou seja, são homógrafos heterofônicos, “iguais na escrita e diferentes no timbre ou na intensidade das vogais”, como explica o mestre Domingos Paschoal Cegalla em sua “Novíssima Gramática da Língua Portuguesa”. Assim como apoio (verbo) e apoio (substantivo), temos rego, colher, jogo...
Pois é, essa foi uma grande mudança nas regras de acentuação. E muita gente não gostou! O acento agudo desapareceu dos ditongos (encontros de duas vogais proferidas em uma só sílaba) abertos ei e oi das palavras paroxítonas (aquelas cuja sílaba tônica é a penúltima). Exemplos: ideia, geleia, boia, jiboia, plateia, heroico, assembleia, joia.
Mas, atenção! Essa regra é válida apenas para palavras paroxítonas. Portanto, as palavras oxítonas (aquelas cuja tonicidade está na última sílaba) terminadas em éis, éu, éus, ói, óis continuam acentuadas. Exemplos: papéis, herói(s), troféu, troféus, chapéu, chapéus, anéis, dói, céu, ilhéu.
Se você entendeu essa nova regra, merece um troféu! Mas, se ainda ficou com dúvida, podemos trocar uma ideia. Mande a sua dúvida para curtabotafogo@gmail.com.
* Carla Paes Leme é jornalista, revisora e dá aulas particulares de gramática desde a juventude. Atualmente, cumpre, diariamente, a missão dada, do Além, por Machado de Assis: preservar o Português, que, ao menos em Botafogo, há de ser imortal.
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