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Conjugação perifrástica não é palavrão

  • Foto do escritor: Antonio Augusto Brito
    Antonio Augusto Brito
  • 21 de jun. de 2017
  • 2 min de leitura

curta botafogo

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Hoje, dia em que meu mestre Machado de Assis faria 178 anos, vou explicar algo que poucas pessoas conhecem pelo nome, mas todo mundo fala à beça.

Você já ouviu falar em conjugação perifrástica? Não? Mas tenha certeza de que já usou e já ouviu muito essa formação de verbo auxiliar com verbo principal em várias situações.

Hoje mesmo ouvi na fila do supermercado um “irei visitar a vovó no fim de semana”, e doeu. O certo seria “vou visitar”. Então, vou explicar como usar corretamente a conjugação composta ou conjugação perifrástica. Mas, antes, esclareço que perífrase é o emprego de duas ou mais palavras para exprimir o que se poderia dizer com uma única palavra ou com poucas. Por exemplo, em vez de “vou visitar”, eu poderia dizer “visitarei”. Ou seja, usei duas palavras quando poderia usar apenas uma.

A conjugação perifrástica – constituída por um verbo auxiliar seguido de gerúndio ou particípio do verbo principal – pode ter vários sentidos. Os mais frequentes são:

  • finalização de uma atividade

Ex: Ele acabou de chegar.

  • começo de uma atividade

Ex: Ela começou a trabalhar mês passado.

  • possibilidade

Ex: Ele sabe que pode ser reprovado.

  • simultaneidade

Ex: Ele está comendo / Ele está a comer.

  • necessidade

Ex: Você tem de estudar.

  • certeza

Ex: Hei de vencer.

  • proximidade de realização

Ex: Estou para tirar férias.

  • intenção futura

Ex: Vou viajar semana que vem.

  • realização prolongada

Ex: Ando pensando (a pensar) no nosso problema.

  • realização gradual

Ex: Vou resolvendo aos poucos.

  • probabilidade ou dever

Ex: Devo ter esse livro.

Agora que você já foi apresentado à conjugação composta ou perifrástica, não diga mais “irei fazer” algo. Lembre-se de que o verbo auxiliar, no caso “ir”, é sempre no presente, mesmo que a ideia seja de futuro. Depois dessa aulinha rápida, você acertará (ou “vai acertar” / jamais “irá acertar”) sempre.

* Carla Paes Leme é jornalista, revisora e dá aulas particulares de gramática desde a juventude. Atualmente, cumpre, diariamente, a missão dada, do Além, por Machado de Assis: preservar o Português, que, ao menos em Botafogo, há de ser imortal.

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