Nova casa para boa música em Botafogo. Aliás, um casarão!
- Carla Paes Leme com colaboração de Antonio Augusto
- 15 de jun. de 2017
- 3 min de leitura

"Criançada reunida" com Kevin Shortall (violão), Son Lemos (bandolim), Felipe Pedro (cavaquinho) e Leo Careca (pandeiro)
Dois motivos me levaram ao Casarão 22 (rua Farani 22) na chuvosa terça-feira, dia 13: conhecer o local recém-inaugurado e ouvir choro. Dois bons motivos, diga-se de passagem.
O Casarão 22 fica numa casa antiga, totalmente reformada, convidativa para quem passa na porta. Ainda do lado de fora, já ouvíamos o choro. Fiquei animada com o que ouvi.
Era choro bem tocado.
Entramos e encontramos um ambiente aconchegante, rústico e de bom gosto. Já na entrada, conhecemos Antônio Jatobá, um dos donos da casa, que nos recebeu com um sorriso. Adoro ser bem recebida! Isso faz diferença pra mim!
O choro bem tocado era do grupo Criançada Reunida, um sexteto que estava desfalcado de dois componentes. Mas a rapaziada que tocava era muito boa e fez bonito tocando Pixinguinha, Anacleto de Medeiros, Zequinha de Abreu, Waldir Azevedo, Maurício Carrilho e outros compositores – famosos ou nem tanto.
Perceberam que eu reconhecia as músicas e sabia seus compositores, então tive direito a fazer pedido: “Santa Morena”, de Jacob do Bandolim. Sopa no mel para o bandolinista do grupo, Son Lemos.

Já havíamos pedido uma cerveja – a bom preço! – e pastéis, quando Antônio sentou à mesa com a gente. “Sou um dos donos, o outro é meu filho Vitor. Eu sou físico e matemático; então, cuido do financeiro. A programação fica por conta do Vitor, que há tempos trabalha em produção de teatro, cinema e eventos”, explicou.
Ele também nos contou que, depois de quase dois anos de obras, a casa foi inaugurada no final de abril com três ambientes independentes e capacidade total para 230 pessoas.
Sobre as atrações da casa, foi Vitor Jatobá que revelou a ideia de oferecer uma programação variada com música de qualidade: choro, samba de raiz, jazz, blues e até folk irlandês. Mas ele também está abrindo a casa para ensaios de teatro e aulas de capoeira no amplo espaço no segundo andar.
A simpatia parece ser a marca do Casarão 22. Além do ambiente acolhedor e dos donos, fomos gentilmente atendidos pelo garçom Éverton, que esteve sempre atento e empenhado na missão de não nos deixar com copo vazio.
Chuva lá fora, choro lá dentro. O grupo Criançada Reunida foi abrindo espaço para amigos músicos. Logo Kevin Shortall (violão), Felipe Pedro (cavaquinho), Leo Careca (pandeiro) e o já citado Son Lemos (bandolim) ganharam reforços de Yuri Reis (violão de sete cordas), Beatriz Stutz (clarinete), Kaká Nomura (pandeiro), Miguel Rebello (cavaquinho) e Charles Wndson (sax soprano).
Roda de choro é assim: o povo vai chegando e sacando os instrumentos. Num instante, já estão todos entrosadíssimos e atacando em clássicos como “Sonoroso” (K-Ximbinho) e “Acariciando” (Abel Ferreira).
O grupo Criançada Reunida volta a tocar no Casarão 22 no próximo dia 27, das 19h às 22h. Eu e Augusto estaremos lá, com certeza. Ou, quem sabe, até antes disso para curtir outras atrações e saborear mais uma porção de linguiça acebolada com uma gelada.
Estão todos convidados!

Miguel Rebello e Felipe Pedro (cavaquinhos), Kevin Shortall (violão), Son Lemos (bandolim), Yuri Reis
(7 cordas), Leo Careca (pandeiro), Kaká Nomura (pandeiro) , Beatriz Stutz (clarinete) e Charles Wndson
(sax soprano)
"Tico-tico no fubá", de Zequinha de Abreu
"Delicado", choro de Waldir Azevedo
"Lembranças da Bahia", choro de Otaviano Pitanga

Miguel Rebello (cavaquinho), Charles Wndson (sax soprano), Kaká Nomura (pandeiro) e Beatriz Stutz (clarinete)

Yuri Reis (7 cordas), Son Lemos (bandolim), Miguel Rebello (cavaquinho) e Kaká Nomura (pandeiro)
コメント