Quem foram os voluntários da pátria?
- Antonio Augusto Brito
- 15 de mai. de 2017
- 2 min de leitura

Encontramos com o cineasta Luiz Rosemberg Filho, no Estação NET Rio, às vésperas do lançamento de seu filme “Guerra do Paraguay”. Enquanto trocávamos algumas palavras, me dei conta de que muitas ruas de Botafogo têm seu nome ligado àquela que foi a mais sangrenta e longa guerra da história da América do Sul.
É justamente o caso da rua onde fica o cinema: Voluntários da Pátria, em homenagem aos batalhões de voluntários criados por D. Pedro II, em 1865, para reforçar o exército regular brasileiro que enfrentaria o paraguaio, então bem mais numeroso e organizado.
Movidos por patriotismo e atraídos pelas vantagens econômicas oferecidas, voluntários entusiasmados de todo o Brasil se alistaram, sem suspeitar de que a guerra seria dura e longa: mais de cinco anos de batalhas.
Muitos morreram vítimas de cólera e outras doenças antes mesmo de se iniciarem os combates; 400 soldados do Pará – sem roupas adequadas ao clima do Sul – morreram de frio logo no primeiro ano.
As más notícias se espalharam, e o número de voluntários despencou. O governo teve de estabelecer o recrutamento, recomendando a libertação de escravos para lutarem na guerra em troca de títulos de nobreza para seus senhores. Houve resistência, e iniciou-se uma espécie de caçada. Muitos “voluntários” foram capturados escondidos nos bosques e florestas. Adversários do governo eram alistados à força, enquanto protegiam-se os aliados.
Foram quase 38 mil homens. As perdas – entre mortes, ferimentos, doenças e invalidez – chegaram a 40% do efetivo. Mas, ainda assim, a participação dos voluntários foi decisiva em todas as batalhas e fundamental para a vitória da Tríplice Aliança, formada por Brasil, Argentina e Uruguai.

Batalhão de voluntários em combate

Fim da guerra e retorno triunfal dos voluntários da pátria
* Antonio Augusto Brito é jornalista e adora história do Brasil
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